domingo, 31 de março de 2013

Uma vida roubada

Eu estive esperando que seu ultimo suspiro pudesse ser ao meu lado, mas algo estranho em meu dia culminou em nossa separação momentânea, o que me fez enlouquecer em segundos ao saber que a vida que eu preservei se fora sem eu estar presente para me despedir.
Seu fim foi tão longe que mesmo eu fazendo parte de ti não consegui ter forças suficientes para te sentir, e isso me fez murchar como uma flor que é arrancada da planta que a deixa viver.
Então aquela solidão que eu nunca conheci aproximou-se vagarosamente e em um belo dia tomou conta de mim, e aquela que um dia sorria hoje chora em um triste fim.

-Bárbara Feitoza

terça-feira, 26 de março de 2013

Resto de vida

Começou vagarosamente pelo ar, adentrando por meus pulmões, mergulhando em meus alvéolos e fixando-se em meus eritrócitos como um monóxido de carbono, foi poluindo-me, matando-me.
Sentir-me nauseada sem saber o porquê, procurando um meio de passar essa sensação estranhamente desagradável;
Fiquei remexendo com um verme em uma carne apodrecida qualquer, desesperada para que essas mazelas sumissem rapidamente de mim.
O que eu não esperava era perceber que tudo o que me fazia mal deixava-me com o gostinho de viver, de perceber que eu não era o vazio que tanto indagava ser, mas por um instante tive nojo do ser humano vazio que fui, aquele ao qual nada era tão interessante para tirar-me da monotonia da vida.
Hoje estou agarrada ao que ainda resta de mim, esse ser humano fraco e frágil, totalmente desesperado para conseguir mais um pouquinho de vida e degusta-la como um sorvete.

-Bárbara Feitoza




segunda-feira, 25 de março de 2013

Destino macabro

Andando por entre a floresta em dia nublado, segui por entre as árvores fugindo do frio que me perseguia, de repente deparei-me com o despenhadeiro que tanto quis encontrar.
Me joguei sem hesitar, desejando do fundo do âmago uma morte rápida, sem dor, mas cai nas teias do destino, que foram feitas pela mentira ao qual não conseguir me soltar.
Envolvida como uma mosca que cai na armadilha de uma aranha, tentando me libertar desesperadamente, pois não queria esse  fim sofrido, me vi sem possibilidades de sair dali.
O maldito tempo foi passando lentamente e os fantasmas do passado começaram a me assombrar, o horror que sentia pela morte lenta me enlouqueceu;
O destino macabro ao qual tanto quis fugir me pegou em uma esquina qualquer da vida, tirando-me o prazer de uma morte sem aflição.


-Bárbara Feitoza






quinta-feira, 21 de março de 2013

Vislumbre de um dia de verão

No abismo da floresta eu me perdi;
Fui andando sem ter pressa e viajando no escuro, onde me encontrei;
Olhando para o céu eu pude ver estrelas a brilhar, mas sem poder alcança-las segui em frente adentrando nos meus sonhos loucos de poder sair e ver o mar.
Andando por entre a relva a chuva começou a cair e me molhar, me senti como uma criança boba que brincava sem se cansar!
Em fim, depois de muito lutar, consegui sair da escuridão, mas nem consigo me lembrar de como foi essa mudança gradual que me recompensou quando sai em frente ao mar, onde pude vislumbrar o horizonte e um belo pôr do sol, que fez chorar!


-Bárbara Feitoza




terça-feira, 19 de março de 2013

A dor de um coração partido!

Tentei te apagar da minha vida mas não consegui;
Desisti de viver neste mundo louco onde sua presença me sufocava;
Longe de ti meu coração ainda sofre, mas este velho sofredor já acostumou-se com a dor que sente; mas fiquei com uma indagação: porque mudaste tanto meu amor?
Longe de tudo pude ver que o que eu via já não era mais você, então eu desisti de tudo pois, esses ciclos do coração hoje já não me importam mais, tento fujir  desse fenômeno que se sucede repetidas vezes em outros corações e me persegue obsessivamente.
Já não acredito mais!

-Bárbara Feitoza




domingo, 17 de março de 2013

Visão de mundo

O que é o preconceito se não um conceito formado antes de se conhecer sobre alguém ou acerca de um tema. Hoje as pessoas julgam pela aparência e tratam de modo diferente aqueles que se sobressaem a massa igualitária. Os que conseguem ousar e arrisco-me em dizer que os que conseguem se libertar do controle do sistema são excluídos e reprimidos.
Muitas vezes as pessoas não se importam pelo estilo ou comportamento dos outros, mas são induzidos por mentes mais "fortes" a lançar olhares de indignação, a evitar aproximação e até falar palavras furtivas.
O que me dá medo é saber que quem pensa diferente dos alienados são perseguidos, fazendo-me lembrar da Inquisição dirigida pela Igreja Católica, e isso não seria uma comparação grosseira, pois quantos cidadãos não morrem só por serem diferentes hoje em dia?
E isso não é divulgado pela mídia, porque não é interessante a ela que as pessoas saibam sobre isso, e sabe o que também não é interessante à mídia que nós sejamos igual a eles pois, posso dizer que a maioria que tem gostos diferentes e vestem-se de modo "fora do normal" são pessoas pensantes e esse é o maior medo dos marionetistas midiáticos e do governo.

-Bárbara Feitoza


segunda-feira, 11 de março de 2013

Desabafo

O que faz uma pessoa abandonar o próximo quando mais se necessita está próximo?
Essa distancia sem sentido entre as pessoas é preocupador.
Não entendo como os seres humanos tornam-se monstros tão rapidamente;
Esse mundo está louco, caótico, deprimente demais!
Nos programas de jornais as tragédias aparecem infinitamente!
Vejo todos os dias as mais absurdas mortes por negligência e não é só médica, mas também de policiais, do governo que elegemos, e o pior é que ninguém se importa.
Saber que alguém que está ao seu lado nada fará se você perder uma perna ou um braço só porque não lhe diz respeito é absurdo.
Será que não pensam que um dia podem ser eles a passar por dificuldades? Não estamos sozinhos, necessitamos constantemente dos outros, mas mesmos assim continuamos egoístas a tal ponto que deletamos o respeito, a compaixão por nossos "irmãos".
E eu quero saber onde isso vai parar?
Eu preciso encontrar as pessoas que pensam como eu, que esse mundo está se perdendo em sangue inocente, que os valores não são mais os mesmos e as pessoas estão muito mais frias e sedentas por tragédias mostradas por essa mídia sensacionalista que explora ao máximo para poder encher os bolsos com o dinheiro de muitos alienados que à idolatram.
E o que me revolta é saber que não se importam, não sofrem e não se revoltam.
Quando vejo tudo isso, as lágrimas caem em saber que somos desumanos.

- Bárbara Feitoza



sexta-feira, 8 de março de 2013

Tentativa de Existir

O muro que me envolve, separa-me das multidões onde procuro a essência que possa juntar-se a mim;
A sensação de procurar em cascas humanas cheias de iniquidade e ignominia é tenebrosa, vazia e triste.
Mas a cada instante que chego mais perto da essência que foge ao comum, vejo que a minha essência já não é a mesma, ela já fora modificada pelos processos que me definem como sou neste instante.
E o que posso dizer desta essência que tanto procuro?!
Talvez ela nem mesmo exista, seja só uma ilusão ao qual vivo amordaçada.
Estou confusa nessa mudança caótica do dia a dia.
Já não sei se sou ou se não sou!
Estou presa em um amontoado de essências que fogem de mim sem nunca se separarem;
A minha existência me define como ser, mas eu procuro a essência para poder viver.

-Bárbara Feitoza