sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

O que o vento leva

As vezes eu fico pensando em um dia poder voar, mas o vento não é o bastante para me levar ao mar.
As vezes eu fico triste e tento me conformar, mas eu não aceito e me liberto e vou pensando em te encontrar.
Vou soltando as cordas que me prendem e o que eu posso fazer voar, sopro tão forte, que uma leve brisa o ajuda a chegar ao mar



-Bárbara Feitoza



terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Perseguição de mim

Fujo ao encontro do meu eu, mas os encantamentos e magias de nada funcionam.
Peço ao tempo um pouco mais de tempo para que eu possa chegar lá mas ele não me escuta e corre!
Vejo fadas e duendes que tentam me alcançar, mas é em vão.
Sozinha estou a procura de mim na imensidão do utópico surreal.
Nos caminhos desencontrados onde me encontro soa uma música branda e com notas triste que despencam do ar.
Elas se amontoam e formam meu eu que tanto procurara.

-Bárbara Feitoza



sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Mundo perfeito de Hutson

    Parado segurando uma arma que apontava para a cabeça, dividido entre apertar ou não o gatilho, era assim que Hutson se via em uma manhã tranquila em sua fazenda.
Fazia muito tempo em que ele perdera o contato com as pessoas, vivia isolado porque deixou de acreditar em seus semelhantes.
    Sua casa era pequena e sobrevivia com o que plantava e criava, também cuidava de animais abandonados que sempre apareciam por lá, de uma certa forma sempre gostou mais da companhia dos bichos à companhia dos humanos, para ele esse era o mundo perfeito.
    Mas aquela manhã fora diferente de todas, Hutson estava cansado da monotonia de sua vida isolada. Pela primeira vez em muitos anos ele sentiu falta de alguém e desejou no fundo do âmago poder conversar com uma pessoa, mas as dificuldades de encontrar alguém em um lugar tão distante da correria em que vivia os outros era realmente o que deixava-o triste. Mas não fora a distancia que culminou a apontar uma arma para a própria cabeça e sim a loucura que vinha sorrateiramente tomando conta do pobre Hutson solitário.
   Suas ações eram cada vez mais estranhas, ele andara criando um mundo perfeito com pessoas irreais, e foi manipulado por uma dessas fantasias a pegar uma arma... e pegou, brincou com ela como se fosse um brinquedinho qualquer e no final apontou a arma para a cabeça e atirou.
   O mundo perfeito de Hutson não existia, mas ele tinha esforçado-se tanto para não depender de alguém que no final todos foram culpados.


-Bárbara Feitoza


quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Pesadelo

Queria sentir a doce brisa do mar e ser levada por ventos que me transportassem desse sonho ruim.
Mas meus sonhos ruins sempre entram sorrateiramente pelas noites frias onde a lua me guia até o abismo mais profundo de mim.
Ela sussurra em meus ouvidos palavras que conseguem me consternar.
Sinto seu poder atravesar por mim como flechas atiradas por anjos do mal que caçam minha alma enquando ainda a possuo.
Luto como se minha vida fosse ser perdida a qualquer momento por entre o tempo atemporal.
A lua define com seu grande esplendor o instante perfeito para iniciar a disputa comigo, e nesse exato momento que não tenho certeza se é exato, surgem seres perfeitos demais para serem humanos como eu, são alados e não consigo definir uma cor, se é que a possuem.
Não tenho reações diante de tais monstros indefinidos. Eles despertam em mim um medo que não consigo compreender, vejo - me em uma situação tão real, mas de repente estou em meu quarto, em uma noite normal; voltando para minha realidade como em todas as outras noites em que sonhos estranhos aparecem.

-Bárbara Feitoza



segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

Carta de adeus.

Em uma carta escrevi adeus, com palavras que não tinham brilho, muito menos faziam sentido quando agrupadas em montinhos de frases e orações completamente desconexas, mas que mostravam meu eu confuso que vivia em fantasias, contudo se via na dura realidade de tudo o que se era real não ser nada real.

Nela enviei minhas lágrimas e minhas desculpas em um tom de adeus.
Foi uma carta simples demais e marcante demais, mas preferi por um ponto final pois, as reticencias machucaram demais...

-Bárbara Feitoza




terça-feira, 1 de janeiro de 2013

Mais um novo ano!

     Mas um ano se vai, e com ele milhares de esperanças perdidas, de corações partidos, de lágrimas derramadas em vão, de sorrisos falsos e de palavras vazias. Um ano repleto de amor e de ódio, cheio de contradições estranhas, e de novas descobertas.
     Dias monótonos e diferentes, onde diariamente estivemos na grande labuta em que sempre estamos. Os sorrisos de felicidade saíram facilmente do mesmo modo como as lágrimas de tristeza. Os aprendizados foram bons para quem conseguiu aprende-los, mas sei que muitos não observaram os acontecimentos dessa forma tão maravilhosa de se ver. As decepções foram costumeiras, já que estamos tão acomodados com o mal que ocorre diariamente em nosso mundo que tornou-se tão pequenino para nós e ao qual não respeitamos em um mero segundo se quer. As pessoas continuaram egoístas e mesquinhas, passando cada hora de suas vidas dedicando-se a algo fútil, desprezando o que deveria ser cultivado como sementes em um jardim.
    Vivemos em um ciclo de comodismo que alimentamos e nos viciamos, não sentimos nem um pouco falta de soltar as correntes que nos prende ao vicio cíclico que estamos. Mas como sempre será, até um dia que não será mais para sempre, um novo ano surge cheio de esperanças que coisas boas aconteçam, pessoas mudem para melhor e que nós mesmos mudemos para melhor, desejamos isso do fundo do amago, mas só estamos esperando que tudo melhore e no final nada fazemos para as coisas que desejamos tanto melhorarem. Só precisamos nos motivar, mas parece que as pessoas e os acontecimentos da vida é o que mais nos desmotivam a não melhorar, dessa forma estaremos sempre assim, ao acaso.

-Bárbara Feitoza